sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Trabalho Infantil é crime.

Vamos todos combater o Trabalho Infantil. Lugar de Criança é na Escola. todos juntos poderemos diminuir com esse grande mau. São milhões de crianças e adolescentes vitimados no trabalho infantil. Esse problema é de todos nos.

Tabalhar com textos diferentes.


PROJETO CAMINHO DA CULTURA

O Projeto Caminho da Cultura visa à construção de uma concepção de cultura voltada para o popular e o local. Com esse procedimento iremos construir que é possível transmitir um comportamento de respeito as várias manifestações culturais existentes.
JUSTIFICATIVA:
Não se constrói uma sociedade sem o respeito às diferenças culturais, sociais, econômicas e educacionais.
Por isso é necessário que os espaços onde se manifeste a cultura e a educação têm que transmitir um saber da existência de várias manifestações culturais e uma única.
Baseado nos princípios de que existem várias manifestações culturais e que é necessário um busca por conhecer essas manifestações é que justificamos o nosso projeto.
OBJETVOS:
Ø  Possibilitar o contato direto das crianças e os adolescentes com outras manifestações culturais,
Ø  Entender o que é cultura;
Ø  Realizar pesquisa sobre cultura;
Ø  Levar ao adolescente a tomar contato com algumas manifestações da cultura popular;
Ø  Valorizar a cultura popular;
Ø  Incentivar o gosto pela leitura, arte, música e dança.

TEMAS A SEREM TRABALHADOS:
Os temas trabalhados.
Literatura de cordel,
Contas de fadas e contos maravilhosos,
História em quadrinhos;
Produção de paródia.



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O que é o PETI






O que é O PETI.
 O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) visa eliminar o trabalho de crianças e adolescentes.

Para tanto, o Governo Federal, em parceria com a Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social de Salvador (SEDES) e com o Governo do Estado concede uma complementação de renda, chamada Bolsa Criança Cidadã, presta apoio e orientação às famílias, além de beneficiar as crianças e adolescentes com atividades lúdico pedagógicas diversas.

Quem tem direito?
Famílias com renda per capita de até ½ salário mínimo, com crianças e adolescentes com até 16 anos, que se encontra em situação de trabalho. e situação de vulnerabilidade social.

Objetivos
a Eliminar o trabalho infantil;
a Possibilitar à criança e ao adolescente a ampliação do universo cultural e a melhoria do desempenho escolar tendo como referenciais a família, a escola e a comunidade;

TODA CRIANÇA TEM DIREITO DE ESTUDAR E BRINCAR. NEGAR ESTE DIREITO É ROUBAR-LHE A INFÂNCIA.

Lugar de criança é na escola
Para receber a bolsa do PETI, as famílias têm que assumir os compromissos de:

a Manter frequência mínima das crianças e adolescentes na escola, equivalente a 85% do período total;
a Manter as crianças e adolescentes na Jornada Ampliada, que oferece atividades lúdico pedagógicas no turno oposto ao da escola;
a Manter a carteira de vacinação das crianças atualizada;
a Participar das ações socioeducativas e das alternativas de geração de renda que lhes forem oferecidas;
a Não permitir o retorno ao trabalho dos filhos menores de 16 anos.

Depois das aulas, as crianças realizam atividades lúdicas e de lazer

A Jornada Ampliada desenvolve atividades culturais, pedagógicas e de lazer na Fundação Cidade Mãe ou em unidades credenciadas pela prefeitura, em horários opostos aos de aula.

JUNTE-SE A NÓS NA LUTA PELA DEFESA DOS DIREITOS DE NOSSAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES!

a violência contra Adolescentes.O ADOLESCENTE E A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NAS ESCOLAS Profa. Dra. Leny Magalhães Mrech Faculdade de Educação da Unive

O ADOLESCENTE E A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NAS ESCOLAS

Profa. Dra. Leny Magalhães Mrech

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Vivemos um dos momentos mais importantes da nossa cultura: a era da globalização. A unificação do mercado em escala universal. Isso só foi possível porque o discurso capitalista passou a operar através do discurso da ciência. O discurso da ciência possibilitou a criação de instrumentais para a própria ampliação do discurso capitalista.

Lacan identificou que este momento institui a criação de um espaço novo: o das aletosfera – onde as aplicações da ciência acabam criando um novo lugar na cultura humana. A aletosfera está diretamente vinculada às chamadas latusas, pequenos objetos fabricados pelo capitalismo contemporâneo que encontramos em todos os lugares para causar o nosso desejo. São os gadgets, os objetos mais – de – gozar, aqueles que nos trazem sempre um gozo a mais. É o caso da mulher que perante uma desilusão amorosa come sem parar, tentando preencher com um objeto concreto, o vazio deixado por um questionamento ou final de relação amorosa.

Com o discurso capitalista não estamos mais frente a uma situação onde os objetos são criados naturalmente, tal como apareciam nas culturas anteriores pelas mãos dos artesãos e pelos artistas. As latusas nos são impostas. Elas são proposições substitutivas para tamponar aquilo que nos falta.

A decorrência é que não é ao acaso que o discurso capitalista tenha gerado a crise dos ideais. Eles propiciavam aos sujeitos um suporte, uma localização no espaço e no tempo. Um caminho para poder investigar onde poderia estar o seu desejo.

Com a destruição dos ideais, esse processo se perdeu. Em vez de novos ideais, o discurso capitalista passou a instituir uma nova lógica social e superegóica: goze o máximo que você puder. O que tem levado à sociedade contemporânea a um extravasamento constante: excesso de objetos, excesso de lixo, excesso de modalidades de gozo. Goza-se hoje com qualquer coisa, tal como os internautas que gozam através dos sites sexuais.

Só o discurso capitalista estabeleceu a conexão entre estas novas modalidades de gozo e as latusas - os objetos criados pela ciência e fabricados pelos capitalistas.

A decorrência é que, com isto, a perversão social acaba atingindo a sua forma mais bruta: não goze com o Outro, goze com os objetos, as latusas. Vejam como toda mídia vende as latusas, cujo modelo clássico é o da Coca-Cola vinculada à alegria de viver. Ou a tiazinha e o seu chicotinho e sua máscara.

De que maneira tudo isto atinge a Educação e os educadores, principalmente, nos países do terceiro mundo? De uma forma bastante violenta. No século passado a Educação era vista como a grande introdutora dos processos de socialização dos sujeitos. Esperava-se que os professores conduzissem os sujeitos à uma adaptação social, a um controle da sua sexualidade e agressividade.

Jacques Allain-Miller revela em um dos seus seminários que nós vivemos atualmente em um mundo onde o Outro não existe. Pois, com a queda dos ideais que remetiam diretamente à presença do Outro na vida do sujeito, o imperativo passou a ser o do próprio gozo, estabelecido pelas latusas, pelos gadgets da produção industrial. A lógica do discurso capitalista não é mais uma preocupação com o Outro. É um preocupação com o consumo das latusas, para a manutenção do próprio sistema.

Quais são as conseqüências deste processo nos adolescentes mais pobres, nos adolescentes dos países de terceiro mundo? Eles passam a viver situações onde os objetos passam a atraí-los cada vez mais. Porém, de uma forma perversa, por não terem dinheiro para comprá-los, eles se vêem cada vez mais distante deles.

Na música Fim de Semana no Parque dos Racionais MC este processo aparece de uma forma bastante clara:

" Olha meu povo nas favelas e vai perceber

Daqui eu vejo uma caranga do ano

Toda equipada e o tiozinho guiando

Com seus filhos ao lado estão indo ao parque

Eufóricos brinquedos eletrônicos

Automaticamente eu imagino

A molecada lá da área como é que tá

Provavelmente correndo prá lá e prá cá

Jogando bolas descalços nas ruas de terra

É, brincam do jeito que dá

Gritando palavrão é o jeito deles

Eles não tem vídeo-game às vezes nem televisão".

Na sociedade contemporânea capitalista os gadgets, os objetos pré-fabricados, as latusas adquirem um enorme poder de atração. Eles visam sempre os consumidores e esquecem de que ali existem sujeitos.

A erotização da cultura contemporânea faz com que aqueles que nada tem, fiquem apenas com o desejo, olhando de fora, uma situação da qual jamais terão condições financeiras de participar. Eles se tornam aqueles que foram segregados. Aqueles que não fazem parte do conjunto da sociedade.

" Olha só aquele clube que da hora

Olha aquela quadra, olha aquele campo

Olha,

Olha quanta gente

Tem sorveteria cinema piscina quente

Olha quanto boy, olha quanta mina". ( Fim de Semana no Parque – Racionais MC)

Em suma, os adolescentes são uma das categorias que fazem parte do Karl Marx designava como o exército industrial de reserva. Aqueles que são chamados apenas por pouco tempo, para se acomodarem temporariamente no processo produtivo.

E aí, as diferenças entre as condições previstas para os países de primeiro mundo e de terceiro são gritantes. Para os países mais desenvolvidos há um lugar no futuro para os adolescentes. Para os países de terceiro mundo este lugar esta sendo bastante questionado para os adolescentes mais pobres.

Por cursarem escolas públicas mais pobres, eles também recebem professores menos preparados; não conseguindo constituir um saber à altura do que está sendo socialmente estabelecido como parâmetro ideal.

" Um pedaço do inferno é aqui onde eu estou

Até o IBGE passou por aqui e nunca mais voltou

Numerou os barracos

Fez uma pá de pergunta

Logo depois esqueceram". (Fim de Semana no Parque – Racionais MC)

O uso das novas tecnologias, para as populações mais pobres, tem-se revelado um fator acelerador do processo de exclusão social. Isto porque os computadores melhores não chegam na maior parte das escolas de periferia. Os poucos que para lá são enviados, apresentam uma tecnologia defasada.

Com isto o que sobra para os jovens pobres, é ficar admirando as latusas. Tudo aquilo que eles gostariam de ter, tudo aquilo que eles gostariam de comprar. Eles tem que ficar apenas no olhar, no não tocar. A não ser quando muitos deles não agüentam e roubam as coisas do colega. Que pode ir de um simples apontador a dinheiro. Um processo que está sendo cada vez mais comum nas escolas de periferia.

Ontem o Dr. Viganó assinalou que na anorexia se trata de elevar a imagem ao vislumbre do olhar, fazendo o sujeito simbolizar.

Eu me pergunto se através das músicas, dos Raps e dos pagodes, milhões de jovens pobres não estão buscando uma letra para fazer uma marca nas suas vidas. .

Muitos professores não percebem o que estas músicas trazem e nem o que vem acontecendo com os jovens pobres da periferia. Eles tentam apreender os adolescentes a partir do modelo de desenvolvimento clássico proposto pelas teorias norteamericanas que uniformizam todos os adolescentes a partir de uma construção padronizada. Como se todos os jovens sentissem as mesmas coisas, pensassem do mesmo jeito, independente dos países e das suas culturas e sub-culturas.

Este processo acaba instituindo na prática uma cisão entre o olhar do educador e do aluno. Além disso, muito professores não percebem que o seu olhar está comprometido com a própria lógica do sistema, que propõe um modelo a ser servido a la carte de como os adolescentes devem pensar e sentir. Uma educadora me dizia: " Todo pobre é igual". " Não há diferença entre eles porque todo pobre é sempre pobre!!!".

Mas, porque este processo se implantou? Por que os professores não querem escutar os alunos? Não acho que isto esteja acontecendo ao acaso. Os educadores apenas se escutam através dos alunos. Eles não percebem a diferença que existe entre eles. Eles ficam capturados pelo saber teórico e excluem uma escuta mais precisa do real e do aluno.

Em suma, o que o professor acaba estabelecendo é um verdadeiro processo de segregacão – de exclusão social dos próprios adolescentes. Em muitas salas de aula o que se ouve é o quanto difícil é lidar com o aluno, o quanto complicado e cansativo é o processo, etc.

Na verdade, infelizmente, em bases maiores ou menores uma parte dos professores é tomada por uma redução dos adolescentes à categoria de objeto. Ele não tem nenhum interesse como pessoa. Interessa apenas se ele fizer o que o professor desejar.

François Leguil nos permite aprofundar um pouco mais a dinâmica deste processo:

" (Podemos) colocar a segregação no lugar do que faz sintoma. (...) A segregação é o que assinala, o que revela qual é a relação das pessoas entre elas. O que aparece como segregação é o aval de uma certa relação de produção e, no fundo, a segregação faz sintoma de um discurso que é necessariamente um discurso de exploração". (1)

Até que ponto o professor está realmente interessado em ensinar o aluno? Não no sentido questionado por Freud, onde há sempre um impossível da Educação. Mas, no plano básico de uma interação entre sujeitos.

O que os processos de segregação – exclusão social – nas escolas brasileiras revelam, através dos trabalhos de Maria Helena Patto e colaboradores, é que não uma relação entre sujeitos, mas um processo onde o aluno é transformado em objeto.

" A segregação faz sintoma desde que se trata de transformar um sujeito em objeto de estudo. Eu diria, para resumir, que a segregação é mesmo o sintoma que autoriza o saber a tratar o sujeito como objeto de estudo."(2)

O professor opta pelo aluno da teoria e esquece do aluno que se encontra ao seu lado.

E para os adolescentes? Eles tentam encontrar outras alternativas para serem escutados pelos adultos. Assistindo ontem a palestra do Dr. Viganó fiquei me perguntando até que ponto através dos conjuntos de rap e pagode, os jovens não conseguem estabelecer uma pequena separação das latusas. Isto é, perceber o artificialismo dos objetos. Isto porque, a maioria das letras dos rappers relatam aquilo que eles vivem rotineiramente sob um ângulo mais crítico.

" Comunidade Zona Sul é dignidade (...)

Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo

Pra molecada freqüentar nenhum incentivo

O centro comunitário é um fracasso

Mas aí se quiser se destruir está no lugar certo

Tem bebida e cocaína sempre por perto

A cada esquina 100 200 metros".

Neste sentido, gostaria de estar abordando alguma forma que acredito não tenha ficado claro suficientemente a importância das drogas na ciedade contemporânea.

Os educadores costumam partir de uma posição bastante simplificada em relação a elas. A crença é que a Educação deveria agir de forma preventiva, que os educadores deveriam ministrar palestras falando dos malefícios das drogas. Contudo, o que eles não percebem é que o próprio sistema estimula, direta e indiretamente, o consumo das drogas. Há um forçamento do sistema em relação às drogas.

O que foi ressaltado ontem, tanto na mesa do Dr. Viganó, quanto nas colocações dos palestristas do Dr. Jorge, é que nós não estamos mais em uma cultura onde a droga é um elemento periférico.

Ela é mais uma latusa introduzida pelo sistema para tamponar o posicionamento dos sujeitos. Seja na elite, na classe média ou nas camadas mais pobres da população, ela é uma constante. Não basta apenas dizer para os adolescentes não tomarem drogas. É preciso que o sujeito decida não tomá-las e esta decisão ultrapassa o âmbito da simples sugestão ou orientação psicológica.

Foi, por isto que disse ontem que o professor ainda está na segunda onda, ou seja, preso à um sistema de crenças tradicionais a respeito da família, da religião, da propriedade, das drogas, do sexo, etc.

Não é ao acaso que ele não consiga escutar ou ter interesse pelos adolescentes. Trata-se de dois sistemas de crenças em conflito onde um não escuta o outro. Foi por isto que propusemos a importância de uma abertura, de uma retomada destes processos em nova base.

O eixo central da Psicanálise é a escuta, tecendo aquilo que ainda não foi elaborado.

O professor que atua a partir do seu próprio sistema de crenças comete uma violência simbólica. Impondo a sua forma narcísica de pensar ao aluno. A crença que ele tem é que impondo, mandando, o aluno vai obedecer. O que ele não percebe é que isto só aumenta ainda mais o problema do aluno, porque sequer ele consegue localizar as suas emoções e pensamentos.

Neste sentido, pode-se dizer que a violência é um produto da segregação social estabelecida pelo sistema social, pelo próprio professor e pelo ambiente escolar.

Ao não querer saber daquilo que os adolescentes tem para dizer eles acabam tendo que se ver com a entrada da violência na escola. A escola não é mais um lugar isento. Daí, os sujeitos tentarem se impor frente a um contexto social que os nega previamente. Autores como Antonio Bivar captura em grande parte este processo.

" Eles tratam de problemas como a opressão aos pobres, periféricos e mulheres com muita legitimidade. É uma ira saudável. As elites precisam encontrar uma maneira de olhar para essa legião de desamparados com mais responsabilidade." E isso precisa ser feito com rapidez, antes que o grito dos rappers se transforme em grito de guerra".

Eles capturam o momento dentro de um contexto que precisa ser realmente apreendido e escutado pelos especialistas.

(1) LEGUIL, FRANÇOIS – FORMAS DO DESENCONTRO – Segregação, Solidão e Amor in CURINGA. Escola Brasileira de Psicanálise, Minas Gerais, nº 11, abril de 1998, p. 13.

(2) LEGUIL, FRANÇOIS – FORMAS DO DESENCONTRO – Segregação, Solidão e Amor in CURINGA. Escola Brasileira de Psicanálise, Minas Gerais, nº 11, abril de 1998, p. 14.