quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Carnaval Cultural da Secretaria de Assistência Social e Trabalho

Zona Norte: facilitadora de cultura: Mônica

O livro Mar Morto de autoria do escritor baiano Jorge Amado, fala a respeito dos homens dos cais do porto.

Mar Morto pertence à primeira fase do autor: depoimentos líricos, com predominância do elemento sentimental, sobre rixas, e amores de marinheiros.

A história se passa no Cais da Bahia, onde viviam os marinheiros, e um dos mais antigos era Seu Francisco que criava o sobrinho Guma, ensinando-lhe as leis do mar. Guma, com o tempo, tomou conta do saveiro chamado Valente. A fama de Guma no cais ocorreu em uma noite de tempestade, onde Guma, com o seu Valente, salvou um navio (Canavieiras) que iria naufragar. Depois disso, Guma conheceu Lívia, uma das moças mais bonitas do cais, casou-se com ela e foram morar com Seu Francisco, onde ao lado deles foi morar Rufino (um grande amigo de Guma) e Esmeralda.

Divisão da obra:

Ø A primeira parte da obra denomina-se IEMANJÁ, Dona dos Mares e dos Saveiros, e possui doze capítulos;

Ø Sexto capítulo - Iemanjá dos cinco nomes

Ø Ninguém no cais tinha um só nome, inclusive Iemanjá, que tinha cinco nomes doces, conhecidos por todos:

Ø IEMANJÁ, seu verdadeiro nome, dona das águas, senhora dos oceanos.

Ø DONA JANAÍNA, para os canoeiros.

Ø INAÊ, para os pretos, seus filhos mais diletos.

Ø PRINCESA DE AIOCÁ, para quem os pretos também faziam suas súplicas.

Ø DONA MARIA, para as mulheres do cais, as mulheres da vida, as mulheres casadas, as moças que esperam noivos.

· Primeiro capítulo - O mar é doce amigo,

· Segundo capítulo - A noite é para o mar,

· Terceiro capítulo - Hora da noite,

· Quarto capítulo - Estrela

Os personagens:

Guma,

Lívia

Seu Francisco,

Iemanjá (os cinco nomes).

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quando foi criada a bandeira nacional e o que significam suas cores?

Bandeira brasileira. Ilustração: Liana Chiapinotto

Verde Escolhida por dom Pedro I como a cor do Império, foi o tom da bandeira de várias batalhas portuguesas na Europa. Tinha, portanto, uma forte associação com as lutas libertárias.
Amarelo A partir de 1250, após a conquista da região do Algarve, o amarelo passou a figurar no brasão de armas de Portugal. Nessa cor, eram representados os castelos conquistados dos mouros.
Azul e branco Muitos donatários de capitanias hereditárias usavam a combinação para representar seu território. Assim, os tons passaram a ser frequentes nos símbolos nacionais.
Estrelas Estão na bandeira, nas armas e nos selos nacionais. As constelações representam os estados brasileiros e o distrito federal e são o retrato do céu carioca no dia da Proclamação da República.
Ordem e Progresso Trata-se da redução de um lema positivista do filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), que proclama: "O amor por princípio e a ordem por base, o progresso por fim".
A primeira bandeira brasileira, que ainda não se parecia com a atual, foi criada em 19 de setembro de 1822 por decreto de dom Pedro I (1798-1834). Só em 1889, com a Proclamação da República, as armas do Império foram substituídas pelo círculo azul, o emblema republicano. Já o losango amarelo, considerado único entre as bandeiras nacionais, foi concebido pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848), fundador da nossa Academia de Belas-Artes. Muito além da associação com o verde das matas e o amarelo do ouro, as cores da bandeira têm profundo significado histórico(veja acima).


Consultoria Pedro Paulo Funari, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Pergunta enviada por Thaynná Santana Reis, Ibicuí, BA.

fonte:http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/quando-foi-criada-bandeira-nacional-significam-suas-cores-670384.shtml

domingo, 22 de janeiro de 2012

5 pontos sobre lista de material escolar.

Conheça cinco cuidados indispensáveis na confecção e distribuição de listas de material escolar.

1 Identificação da clientela.

O primeiro passo do gestor que pretende contar com os pais na aquisição de material escolar é conhecer em detalhes a realidade socioeconômica da comunidade. Para isso, é possível usar algumas informações que estão na ficha de matrícula - como nível de escolaridade, profissão, renda e recebimento ou não de verba de programas governamentais (leia reportagem). As famílias de baixa renda ou dependentes do Bolsa Família, por exemplo, certamente terão dificuldade - e, às vezes, impossibilidade - de atender à solicitação da escola, o que pode causar constrangimento. "Os pedidos não atendidos não podem, em hipótese alguma, inviabilizar a ida das crianças à escola nem o envolvimento delas com as atividades propostas", explica Mariana Ferraz, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Se a comunidade não pode ajudar, o gestor deve buscar auxílio na Secretaria de Educação ou pensar em ações alternativas (leia mais no item 5).

2 Checagem do estoque

Antes de fazer qualquer solicitação, levante os itens disponíveis: os enviados pela Secretaria de Educação, os que sobraram do ano anterior e que têm condições de uso (cadernos em branco, folhas de sulfite) ou não estão com prazo de validade vencido (cola, massinha). Para criar o hábito de pedir somente o que é realmente necessário e evitar o desperdício, vale contabilizar o que é usado ao longo do ano para saber o que tem maior e menor saída.

3 Comunicação às famílias

Identificados a clientela e os materiais que faltam para o bom andamento das aulas, o gestor tem ainda um passo a cumprir antes de entregar a lista aos pais: informar às famílias os motivos da solicitação. Na reunião para tratar desse assunto, é fundamental demonstrar que a quantidade ou o dinheiro disponíveis na escola não são suficientes. Basta uma conta simples: dividir a verba pelo número de alunos, mostrando que o valor não vai atender à demanda. Vale contar sobre os projetos planejados e os recursos que serão necessários para implementá-los. Dessa maneira, fica mais fácil discutir com o grupo as melhores soluções para o problema. Se o caminho for mesmo requisitar material dos pais, é importante deixar claro que a contribuição não é obrigatória. Algumas estratégias facilitam a participação das famílias: aquelas que têm mais de uma criança matriculada podem entregar o material em duas ou três vezes ao longo do ano.

4 Seleção e solicitação

A lista de material escolar só pode conter itens de caráter pedagógico, como papel sulfite, giz de cera, lápis, tinta guache etc. Ficam de fora produtos de limpeza como esponja, panos, álcool e de higiene pessoal (papel higiênico e sabonete). Não é permitido indicar determinado estabelecimento para a compra ou exigir que ela seja feita na própria escola - o que configura a chamada venda casada, proibida pelo Código de Defesa do Consumidor. Também é proibido impor uma marca específica, a não ser que exista apenas um fornecedor no mercado. Isso porque as famílias têm o direito de pesquisar e comparar os preços e as condições de pagamento oferecidas por concorrentes. Contudo, é preciso esclarecer à comunidade sobre a importância de verificar, na hora da compra, se o material traz informações sobre o fabricante para evitar produtos de origem desconhecida e que não atendam a especificações técnicas; a composição do produto; a data de validade e as condições de armazenagem.

5 Arrecadação alternativa

Existem algumas saídas possíveis que ajudam o gestor a contornar ou minimizar o problema da carência de material pedagógico nas escolas. Um meio bastante conhecido e utilizado é a organização de festas. Se essa for a alternativa escolhida pela comunidade, é preciso sempre deixar explícito o objetivo do evento, definir os produtos que serão comprados com a arrecadação e prestar contas. É necessário também combinar que a ajuda na organização da festa é facultativa e voluntária - participa quem pode e quer, tanto entre os membros da comunidade como da própria equipe escolar. Outra solução possível é fazer uma pesquisa entre as famílias e os estabelecimentos do bairro, como donos de papelarias, em busca de parceiros dispostos a colaborar, ou mesmo buscar auxílio de organizações não governamentais que atuem na cidade.

Semana pedagógica: o que não pode faltar Dia a dia, tudo o que você precisa para fazer o planejamento do ano

Organização

Se é verdade que um bom planejamento evita problemas posteriores, certamente a primeira semana do ano é a mais importante para qualquer escola: é quando os gestores e a equipe pedagógica se reúnem para projetar os próximos 200 dias letivos e fazer a revisão do Projeto Político Pedagógico (PPP) - o documento que marca a identidade da escola e indica os caminhos para que os objetivos educacionais sejam atingidos. É o momento de integrar os professores que estão chegando, colocando-os em contato com o jeito de trabalhar do grupo, e, claro, mostrar os dados da escola para todos os docentes, além de apresentar as informações sobre as turmas para as quais cada um vai lecionar.
Antes de produzir esta reportagem, perguntamos a diretores e coordenadores pedagógicos, em nosso site, quais as principais dúvidas em relação à semana de planejamento. Recebemos 45 mensagens, questionando desde como organizar os encontros (e quem deve participar deles) até incertezas sobre os temas a debater. Para ajudar esses e outros leitores, sugerimos um cronograma para cinco dias de planejamento, com indicações sobre o que fazer em cada um deles e ideias práticas para conduzir os trabalhos.
A semana pedagógica, nunca é demais lembrar, não se restringe a esse período - pelo menos para os gestores. Érika Virgílio Rodrigues da Cunha, professora de Didática, Currículo e Avaliação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), afirma que o diretor deve planejar com antecedência, executar a agenda definida e acompanhar os resultados durante o ano. A preparação prévia está reunida no quadro abaixo, e as dicas para garantir um bom acompanhamento dos resultados, no último quadro desta reportagem. O planejamento da semana em si ocupa as próximas páginas.
Uma regra geral é começar o encontro pela discussão dos grandes temas e depois partir para os desafios específicos. Para o presidente da Comissão de Graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Rubens Barbosa de Camargo, a melhor maneira de fazer isso é preparar bons diagnósticos. "As decisões essenciais decorrem da reflexão sobre os rumos que a escola quer percorrer", diz.
O cronograma apresentado a seguir é apenas uma sugestão para ajudar você no planejamento da semana. Dependendo do tamanho da sua equipe docente e da escola, faça as adequações necessárias.
E um excelente planejamento para sua escola!

Primeiras providências

Reúna a equipe gestora alguns dias antes para preparar a semana. Algumas ações devem ser realizadas:
- Montagem do calendário da escola
Com base na programação oficial da Secretaria de Educação (em que constam feriados, recessos e eventos de rede), planeje o calendário da escola, reservando datas para reuniões periódicas, como as de pais, do Conselho de Escola e da Associação de Pais e Mestres. Eleja alguns dias para eleição dos representantes de classe, feiras de Ciências e de livros, confraternizações e festas ou outro evento que a escola costume realizar. Peça ao coordenador para sugerir dias e horários para o trabalho pedagógico coletivo (geral, por área e por série).
- Consolidação dos dados da escola
Faça uma tabela com os principais dados da escola - número de matrículas iniciais e finais e as taxas de aprovação, repetência e distorção idade-série (
leia mais na reportagem sobre dados da escola) -, os resultados de avaliações e planilhas de aprendizagens dos alunos.
- Planejamento do tempo
Monte um cronograma da semana pedagógica baseado na quantidade de dias que a escola dispõe para o encontro.
- Organização do espaço
Calcule quantos grupos de trabalho serão formados durante os encontros e combine com o pessoal da limpeza para que os espaços estejam limpos e organizados. Exponha as produções de alunos e professores em corredores e nas salas de aula para criar familiaridade e valorizar o trabalho realizado pelos alunos.
- Previsão de alimentação
Como receber a equipe? Com um café da manhã de boas-vindas? Então é preciso contar com a presença das merendeiras no local e preparar um espaço para essa recepção. Se a equipe vai se reunir por alguns dias, planeje os momentos em que ocorrerão as pausas e o almoço e o que será servido. Peça que as merendeiras organizem o cardápio e façam as compras necessárias.

Evite!

Não perca tempo com dinâmicas de grupo e leituras de texto de "motivação" - práticas que não levam à melhoria da aprendizagem. A maneira mais eficaz de estimular a equipe é garantir um bom ambiente de trabalho e compartilhar metas.

Projeto Institucional: Conselho de classe.

Objetivos
- Geral Ressignificar o conselho para que ele funcione na análise das condições de ensino.
- Para a direção e a coordenação pedagógica Focar as reuniões na análise das condições institucionais que interferem na aprendizagem.
- Para os professores Analisar o percurso de cada criança com base nas metas da escola.
- Para os alunos Avaliar a própria aprendizagem e se tornar protagonista no processo educativo.
- Para os pais Acompanhar a aprendizagem.
Conteúdos de Gestão Escolar
- Administrativo Levantamento de indicadores de aprendizagem por meio de fichas e questionários, organização e consolidação das informações para dar visibilidade aos pontos que necessitam de maior atenção.
- Relações interpessoais Favorecimento da comunicação entre professores, alunos e gestores e criação de momentos de debate coletivo.
- Comunidade Compartilhamento de dados relevantes entre a escola e a família.
Tempo
Uma vez a cada bimestre ou trimestre (dependendo da frequência das reuniões do conselho), reserve uma semana para a coleta de dados e para a tabulação das informações.
Material necessário
Folhas de papel com questionário para todos os alunos, fichas para os professores anotarem o desenvolvimento de cada estudante, fichas para a entrevista dos pais, calendário escolar com os dias letivos, dados sobre a frequência de alunos e professores e pastas para organizar o material.
Desenvolvimento
1ª etapa Envolvimento da equipe
Planeje junto com o coordenador a realização de uma reunião com toda a equipe (gestora e docente) para avaliar o sentido e a contribuição do conselho de classe para a melhoria da aprendizagem. Apresente propostas para as próximas reuniões e solicite sugestões. Explique que os encontros passarão a ser um fórum de análise sobre as condições que a escola e as aulas devem assegurar para favorecer a melhoria do desempenho dos alunos. Geralmente a coordenação desse trabalho fica a cargo da orientadora educacional. Quando não houver esse cargo, a tarefa pode ser assumida por outro profissional da equipe de gestão e compartilhada com os demais (no caso de escolas grandes), mas sempre sob a supervisão do diretor ou do vice.
2ª etapa Fichas para os professores
Se a escola tem um mecanismo em que os professores entregam informações por aluno ao coordenador pedagógico, esse material pode ser usado para a preparação do pré-conselho - e aí não é necessário outra ficha. Caso ainda não exista esse sistema, peça aos educadores que mantenham uma folha com o nome de cada aluno e façam observações sobre avanços e dificuldades do último período, por disciplina. As fichas deverão ser entregues ao responsável uma semana antes da reunião do conselho para a organização dos dados por aluno.
3ª etapa Sensibilização dos estudantes
Passe pelas salas de aula juntamente com o responsável pelo projeto para esclarecer aos estudantes a finalidade do conselho de classe. Diga a todos que eles começarão a participar também, respondendo perguntas sobre as aulas. Deixe claro que as informações servirão para melhorar o planejamento dos professores e da escola - o que vai ajudá-los a aprender mais e melhor. Aos mais novos, conte que eles terão a ajuda de estudantes de séries mais adiantadas no registro das respostas.
4ª etapa Questionários para os pais e alunos
Os questionários para pais e alunos devem ser elaborados com linguagem simples e questões objetivas. O dirigido para as crianças deve ser dividido em duas partes. Na primeira, inclua perguntas de autoavaliação, como: fez as lições de casa? Prestou atenção nas aulas? Participou das atividades? Na segunda, peça que elas apontem as aulas de que mais gostaram, as mais desafiadoras, as mais difíceis etc. Se possível, faça um pré-teste com um grupo para ver se as questões estão sendo bem compreendidas. Se preciso, reelabore-as. Faça também um questionário para os pais com temas que ajudem a equipe a perceber melhor como o aluno se relaciona com as questões da escola quando está fora dela. Você pode perguntar se o estudante faz as lições de casa, se recebe ajuda de algum familiar, se tem um horário e local específicos para estudar e se faz atividades extras. Também indague se os pais percebem que a criança ou o adolescente tem facilidade ou dificuldade com determinadas tarefas.
5ª etapa Coleta de dados
Uma semana antes da reunião do conselho, escolha com os professores o melhor dia para que as crianças respondam o questionário - o que deve durar de 20 a 30 minutos. Para as classes do 1º e do 2º ano solicite a ajuda dos alunos mais velhos, que serão os escribas dos menores, para que as dificuldades de leitura e escrita não atrapalhem o resultado. Depois do preenchimento da ficha, reserve um tempo para que elas façam oralmente algumas observações e anote-as nas respectivas fichas. As informações dos pais podem ser colhidas durante uma reunião regular com eles, pedindo que respondam o documento ou por meio de entrevista feita por um membro da equipe gestora. Os que não comparecerem podem ser contatados posteriormente.
6ª etapa
Leitura e consolidação dos dados
O responsável deve fazer dois tipos de levantamento. O primeiro, geral, vai reunir as respostas dos estudantes, destacando as aulas e as atividades mais citadas - as preferidas ou as mais difíceis. Vale lembrar que nem sempre o que os alunos mais gostam está relacionado à qualidade do ensino. Muitas vezes, eles se lembram dos momentos de mais interação com os colegas ou os que são menos exigidos. Isso deve ser analisado. O segundo é a sistematização por aluno, juntando os formulários preenchidos pelo professor, pelos pais e pela própria criança. Preste atenção em respostas como "não aprendi nada" e em citações parecidas feitas por vários professores a um mesmo aluno. Casos assim devem ser debatidos.
6ª etapa Organização dos índices da escola
Cabe à direção fazer a sua parte, por meio do levantamento de dados sobre os dias letivos programados e os efetivamente realizados, a freqüência de alunos e professores e as avaliações dos bimestres anteriores de cada turma.
7ª etapa Aplicação dos resultados
No dia do conselho de classe, o responsável pela organização da reunião deve apresentar primeiro o panorama geral com as principais conclusões gerais, com quadros que mostrem os principais elementos a destacar. Depois, é preciso cruzá-los com as possíveis variáveis, que estarão na ficha do diretor, para colocar em discussão a real situação da escola e de cada aluno. O ideal é buscar soluções conjuntas para casos de estudantes com resultados abaixo do esperado, com o planejamento de atividades para que as aulas se tornem mais eficazes.
Avaliação
Discuta com a equipe as possibilidades de fazer mudanças significativas para melhorar as condições de ensino em decorrência dos dados recolhidos. Use-os também para aprimorar os próximos questionários e avalie se os formulários trazem os indicadores relevantes para repensar a organização da escola.

Consultoria: Ana Inoue
Selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 - Categoria Gestor
Maura Barbosa e Roberta Panico
Consultoras do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária e de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR.

Publicado em NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR, Edição 005, DEZEMBRO 2009/JANEIRO 2010

Projeto Institucional: Conselho de classe.

Objetivos
- Geral Ressignificar o conselho para que ele funcione na análise das condições de ensino.
- Para a direção e a coordenação pedagógica Focar as reuniões na análise das condições institucionais que interferem na aprendizagem.
- Para os professores Analisar o percurso de cada criança com base nas metas da escola.
- Para os alunos Avaliar a própria aprendizagem e se tornar protagonista no processo educativo.
- Para os pais Acompanhar a aprendizagem.
Conteúdos de Gestão Escolar
- Administrativo Levantamento de indicadores de aprendizagem por meio de fichas e questionários, organização e consolidação das informações para dar visibilidade aos pontos que necessitam de maior atenção.
- Relações interpessoais Favorecimento da comunicação entre professores, alunos e gestores e criação de momentos de debate coletivo.
- Comunidade Compartilhamento de dados relevantes entre a escola e a família.
Tempo
Uma vez a cada bimestre ou trimestre (dependendo da frequência das reuniões do conselho), reserve uma semana para a coleta de dados e para a tabulação das informações.
Material necessário
Folhas de papel com questionário para todos os alunos, fichas para os professores anotarem o desenvolvimento de cada estudante, fichas para a entrevista dos pais, calendário escolar com os dias letivos, dados sobre a frequência de alunos e professores e pastas para organizar o material.
Desenvolvimento
1ª etapa Envolvimento da equipe
Planeje junto com o coordenador a realização de uma reunião com toda a equipe (gestora e docente) para avaliar o sentido e a contribuição do conselho de classe para a melhoria da aprendizagem. Apresente propostas para as próximas reuniões e solicite sugestões. Explique que os encontros passarão a ser um fórum de análise sobre as condições que a escola e as aulas devem assegurar para favorecer a melhoria do desempenho dos alunos. Geralmente a coordenação desse trabalho fica a cargo da orientadora educacional. Quando não houver esse cargo, a tarefa pode ser assumida por outro profissional da equipe de gestão e compartilhada com os demais (no caso de escolas grandes), mas sempre sob a supervisão do diretor ou do vice.
2ª etapa Fichas para os professores
Se a escola tem um mecanismo em que os professores entregam informações por aluno ao coordenador pedagógico, esse material pode ser usado para a preparação do pré-conselho - e aí não é necessário outra ficha. Caso ainda não exista esse sistema, peça aos educadores que mantenham uma folha com o nome de cada aluno e façam observações sobre avanços e dificuldades do último período, por disciplina. As fichas deverão ser entregues ao responsável uma semana antes da reunião do conselho para a organização dos dados por aluno.
3ª etapa Sensibilização dos estudantes
Passe pelas salas de aula juntamente com o responsável pelo projeto para esclarecer aos estudantes a finalidade do conselho de classe. Diga a todos que eles começarão a participar também, respondendo perguntas sobre as aulas. Deixe claro que as informações servirão para melhorar o planejamento dos professores e da escola - o que vai ajudá-los a aprender mais e melhor. Aos mais novos, conte que eles terão a ajuda de estudantes de séries mais adiantadas no registro das respostas.
4ª etapa Questionários para os pais e alunos
Os questionários para pais e alunos devem ser elaborados com linguagem simples e questões objetivas. O dirigido para as crianças deve ser dividido em duas partes. Na primeira, inclua perguntas de autoavaliação, como: fez as lições de casa? Prestou atenção nas aulas? Participou das atividades? Na segunda, peça que elas apontem as aulas de que mais gostaram, as mais desafiadoras, as mais difíceis etc. Se possível, faça um pré-teste com um grupo para ver se as questões estão sendo bem compreendidas. Se preciso, reelabore-as. Faça também um questionário para os pais com temas que ajudem a equipe a perceber melhor como o aluno se relaciona com as questões da escola quando está fora dela. Você pode perguntar se o estudante faz as lições de casa, se recebe ajuda de algum familiar, se tem um horário e local específicos para estudar e se faz atividades extras. Também indague se os pais percebem que a criança ou o adolescente tem facilidade ou dificuldade com determinadas tarefas.
5ª etapa Coleta de dados
Uma semana antes da reunião do conselho, escolha com os professores o melhor dia para que as crianças respondam o questionário - o que deve durar de 20 a 30 minutos. Para as classes do 1º e do 2º ano solicite a ajuda dos alunos mais velhos, que serão os escribas dos menores, para que as dificuldades de leitura e escrita não atrapalhem o resultado. Depois do preenchimento da ficha, reserve um tempo para que elas façam oralmente algumas observações e anote-as nas respectivas fichas. As informações dos pais podem ser colhidas durante uma reunião regular com eles, pedindo que respondam o documento ou por meio de entrevista feita por um membro da equipe gestora. Os que não comparecerem podem ser contatados posteriormente.
6ª etapa
Leitura e consolidação dos dados
O responsável deve fazer dois tipos de levantamento. O primeiro, geral, vai reunir as respostas dos estudantes, destacando as aulas e as atividades mais citadas - as preferidas ou as mais difíceis. Vale lembrar que nem sempre o que os alunos mais gostam está relacionado à qualidade do ensino. Muitas vezes, eles se lembram dos momentos de mais interação com os colegas ou os que são menos exigidos. Isso deve ser analisado. O segundo é a sistematização por aluno, juntando os formulários preenchidos pelo professor, pelos pais e pela própria criança. Preste atenção em respostas como "não aprendi nada" e em citações parecidas feitas por vários professores a um mesmo aluno. Casos assim devem ser debatidos.
6ª etapa Organização dos índices da escola
Cabe à direção fazer a sua parte, por meio do levantamento de dados sobre os dias letivos programados e os efetivamente realizados, a freqüência de alunos e professores e as avaliações dos bimestres anteriores de cada turma.
7ª etapa Aplicação dos resultados
No dia do conselho de classe, o responsável pela organização da reunião deve apresentar primeiro o panorama geral com as principais conclusões gerais, com quadros que mostrem os principais elementos a destacar. Depois, é preciso cruzá-los com as possíveis variáveis, que estarão na ficha do diretor, para colocar em discussão a real situação da escola e de cada aluno. O ideal é buscar soluções conjuntas para casos de estudantes com resultados abaixo do esperado, com o planejamento de atividades para que as aulas se tornem mais eficazes.
Avaliação
Discuta com a equipe as possibilidades de fazer mudanças significativas para melhorar as condições de ensino em decorrência dos dados recolhidos. Use-os também para aprimorar os próximos questionários e avalie se os formulários trazem os indicadores relevantes para repensar a organização da escola.

Consultoria: Ana Inoue
Selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 - Categoria Gestor
Maura Barbosa e Roberta Panico
Consultoras do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária e de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR.

Publicado em NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR, Edição 005, DEZEMBRO 2009/JANEIRO 2010

6 pontos importantes sobre a primeira reunião com os pais.

 

Recepção dos pais. Ilustração: Daniel Bueno

A recepção dos responsáveis pelos alunos deve ser bem planejada para marcar o início de uma parceria duradoura.

Começar o ano convidando os pais para conhecer a escola e o projeto político-pedagógico (PPP) é uma maneira interessante de se aproximar deles e estabelecer as bases para um bom relacionamento. Geralmente, a família faz a matrícula e não tem ideia de como é o espaço no qual o filho vai estudar nem conhece os professores - principalmente quando se trata de alunos recém-chegados. "O primeiro contato é importante para explicitar o pacto que deve existir entre as duas partes: a escola e a família", diz Maria Amália de Almeida Cunha, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O ideal é planejar vários encontros no primeiro mês letivo, convidando os familiares dos estudantes dos diversos segmentos, separadamente. Caso não seja possível, tente reservar salas diferentes para cada grupo. No dia da apresentação, os pais devem conhecer pelo menos um representante de cada equipe que trabalha na escola - gestora, docente e dos diversos funcionários. "É uma maneira de demonstrar que todos estão envolvidos no processo de ensino", afirma Matthieu Hebrard, professor de Ensino Fundamental do Liceu Pasteur, de São Paulo, e com experiência na gestão de escolas públicas francesas. A seguir, veja quais são os principais pontos para poder organizar uma recepção adequada aos pais.

1 Preparar a recepção

É importante que alguém da equipe educativa receba os pais na porta da escola ou na sala do encontro, dando-lhes as boas-vindas. Reserve espaços que sejam adequados ao número de convidados e solicite que os funcionários de apoio arrumem as cadeiras de forma que todos possam se ver - em círculo ou U. Solicite às merendeiras que disponibilizem água, café e chá. Evite o atraso - se houver, ele não pode ser superior a dez minutos.

2 Apresentar a equipe

Um cartaz ou slide com o organograma ajuda a entender o funcionamento da escola. Apresente-o junto com os professores, o coordenador e os funcionários, identificando a função de cada um e a importância deles para que a rotina seja mantida, e a aprendizagem, concretizada.

3 Incentivar a participação

Diretor e coordenador pedagógico devem, juntos, apresentar as linhas gerais do PPP para que os pais conheçam o propósito educativo e as regras de convivência estipuladas. Dê ênfase aos horários da entrada, da saída e dos intervalos (para que não aconteçam atrasos no início das aulas) e do funcionamento da secretaria escolar (a fim de que todos sejam recepcionados quando precisarem falar com algum gestor ou esclarecer alguma dúvida). Aproveite para informar as datas das reuniões de pais do primeiro semestre e faça os ajustes juntamente com eles, pedindo sugestões de horários viáveis para que a maioria possa participar. Não deixe de falar sobre os momentos que a escola planeja para incentivar a vida comunitária - e que os pais são sempre convidados a estar presentes, como a festa junina e os eventos que marcam a finalização de projetos institucionais e de trabalhos didáticos. Com todas essas informações, fica mais fácil fazer com que a família se interesse pela vida escolar dos filhos. Mostre ainda como eles podem ajudar as crianças no cuidado com os materiais e na realização das lições de casa. O interesse pelos conteúdos que estão sendo ensinados e o acompanhamento dos cadernos também são maneiras de a família participar. Reserve um tempo para que os pais façam perguntas.

4 Compartilhar os dados

Informe quantas turmas a escola têm em cada série, bem como o número de professores de cada ano e disciplina. É importante que os pais saibam qual é a média de alunos por sala, pois isso ajuda a perceber a atenção que será dispensada aos estudantes. Vale também explicar a maneira como a escola avalia a aprendizagem dos alunos e a periodicidade em que elas ocorrem. Esse pode ser o gancho, inclusive, para falar sobre como a escola está nas avaliações externas realizadas pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Secretaria de Educação, quando for o caso. Com os dados sobre a aprendizagem expostos, é hora de contar aos pais o que a escola possui em termos de equipamentos - como biblioteca, sala de informática, laboratórios, quadra esportiva, salas de apoio etc. -, com que frequência são usados e com que propósitos. Interessante também expor os projetos extracurriculares - capoeira, dança, feira de ciências, teatro, língua estrangeira e xadrez, entre outros. Deixe um tempo para que todos possam fazer perguntas e tirar dúvidas.

5 Visitar os ambientes

O reconhecimento do espaço físico pode ser feito de várias maneiras: com um painel de fotos ou com vídeos que mostrem alunos dos anos anteriores estudando, se alimentando, brincando e apresentando trabalhos. E, claro, com uma visita em grupos aos diversos ambientes escolares - inclusive os banheiros, pois eles revelam a preocupação com a higiene e a saúde das crianças e dos jovens.

6 Organizar o tempo

Exposições longas geralmente levam à perda do interesse e da atenção do público. O recomendável é que esse primeiro encontro não exceda uma hora. "Para tornar essa reunião mais dinâmica, é possível intercalar uma fala expositiva do gestor com momentos em que os pais sejam convidados a participar", sugere Matthieu Hebrard.

fonte:http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/6-pontos-importantes-primeira-reuniao-pais-665050.shtml

 

Delia Lerner. Foto: Magdalena GutierrezA autora Professora de Didática da Universidade de Buenos Aires (UBA), na Argentina, é coordenadora da equipe de Língua da Direção Curricular da Secretaria de Educação da Cidade de Buenos Aires.Área de estudo Didática da leitura e da escrita.

"Minha intenção é mostrar que a tarefa do ensinante, que é também aprendiz, sendo prazerosa, é igualmente exigente. Exigente de seriedade, de preparo científico, emocional, afetivo. É uma tarefa que requer de quem com ela se compromete um gosto especial de querer bem não só aos outros, mas ao próprio processo que ela implica. É impossível ensinar sem (...) a valentia dos que insistem mil vezes antes de uma desistência. (...) É preciso ousar para dizer, cientificamente e não bla-bla-blantemente, que estudamos, aprendemos, ensinamos, conhecemos com o nosso corpo inteiro. Com os sentimentos, com as emoções, com os desejos, com os medos, com as dúvidas, com a paixão e também com a razão crítica. (...) É preciso ousar para permanecer ensinando por longo tempo nas condições que conhecemos, mal pagos, desrespeitados e resistindo ao risco de cair vencidos pelo cinismo. É preciso ousar, para dizer não à burocratização da mente a que nos expomos diariamente (...)". Paulo Freire (1921-1997)
A ssumir a responsabilidade pelo ensino é uma ousadia. Ensinar é uma tarefa complexa e muitas vezes feita de modo solitário. Com base no estudo das didáticas específicas, diferentes pesquisadores (Robert, 2004; Goigoux, 2007) mostram a necessidade de entender a atividade docente como um trabalho e de reconhecer que nele há múltiplas demandas que se entrecruzam. Por um lado, o ato de ensinar supõe um compromisso com a formação e com a atividade intelectual de outros seres humanos, o que requer o estabelecimento de vínculos entre os objetivos do ensino e as finalidades essenciais da Educação. Por outro lado, a lógica do ensino e a da gestão da aula podem entrar em conflito: as decisões dos professores muitas vezes resultam da tensão entre o objetivo de promover a aprendizagem e outros objetivos relevantes para a atividade diária: preservar o afeto de seus alunos, manter a paz na sala, conservar sua motivação, economizar forças...
Ensinar implica não só transmitir conhecimentos e práticas sociais. É também criar condições para que os estudantes se apropriem do projeto do aprendizado e para que se posicionem como produtores do conhecimento. Ensinar exige "conduzir a trajetória intelectual da classe como um todo, sem perder de vista o caminho de cada sujeito singular" (Goigoux, 2007). Como a aprendizagem não é um verdadeiro reflexo do ensino, como cada um se aproxima dos novos conteúdos com base em seus conhecimentos prévios, espera-se que na classe coexistam trajetórias pessoais muito diferentes. Ensinar na diversidade e garantir que todos os alunos aprendam é talvez o maior desafio que os professores enfrentam.
Apesar de sua indubitável complexidade, o ensino, em geral, é concebido como uma atividade solitária. Embora existam experiências em que dois professores dividem o trabalho, o seu alcance ainda é limitado. Também é limitado (quando existe) o tempo no horário escolar para que os educadores se reúnam a fim de planejar ou analisar a prática, discutir e estudar.
Intensificar o trabalho compartilhado entre os colegas dentro e fora da sala de aula parece ser uma condição essencial para que todas as crianças possam se apropriar dos conhecimentos e das práticas que a escola tem a responsabilidade de comunicar1.
Relendo os registros de pesquisas didáticas em leitura e escrita, advertimos que a presença de um participante-observador na classe, que intervém no trabalho, contribui para a aprendizagem, particularmente de quem precisa de mais apoio para avançar. Resultados de pesquisas sobre a leitura para aprender (Aisenberg, 2005; Aisenberg, B., Lerner, D. e outros, 2009; Benchimol e outros, 2008, Espinoza e outros, 2009; Torres, 2008)2 mostram que os textos sobre História e Ciências Naturais levantam problemas cuja resolução exige uma intensa colaboração do professor. Em alguns casos, ela pode ser dada ao trabalhar com o grupo todo ou também acompanhando a discussão em cada subgrupo. E em outros é necessária uma intervenção maior do docente, no trabalho em pequenos grupos, para que todos possam entender o texto que estão lendo. É nesse último caso que seria fundamental haver dois professores na sala de aula.
Enquanto o estado atual de nossos conhecimentos não é suficiente para especificar as características das situações de leitura que requerem um apoio maior, é evidente que essa intervenção é particularmente importante quando o conteúdo e os textos trabalhados representam um desafio conceitual para a turma e também quando a situação consiste em uma ruptura com as práticas didáticas usuais na escola.

fonte:www.http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/delia-lerner-trabalho-compartilhado-docentes-646238.shtml